Lamhut, que tem formação no exterior como animador 3D, pela Gnomon de Los Angeles, nos Estados Unidos, não lembra quando começou a jogar videogame. “Acho que desde que me entendo por gente, uma das lembranças mais antigas que tenho, sou eu usando um disquete pra jogar Prince of Persia no PC”, diz o desenvolvedor. Mas nem sempre Eduardo Lamhut trabalhou diretamente na criação de jogos. “Entrei na indústria nacional de jogos pela primeira vez sendo Game Master do GetAmped Brasil em 2008. Eu era o “famoso” GM Ashkental. Depois disso fui designer de games do Takô Online pela mesma empresa”, explicou Lamhut, sobre seu início.
Sobre seu game predileto, ele explica: “É definitivamente DotA. Tenho mais de 1.200 horas de jogo no DotA 2. Imagina quantas eu tenho no primeiro, que jogo desde 2006? Fora esse game, admiro muito o trabalho da Valve”. Lamhut chegou a conhecer o famoso designer de games Tim Schafer, responsável por clássicos como Full Throttle, Grim Fandango, The Secret of Monkey Island e Brütal Legend.
Como surgiu o BitCake Studio?
O BitCake Studio começou dentro da Critical Studio, criadores do sucesso da SteamDungeonLand, com o apelido de ‘MiniCrit’, em agosto de 2012, desenvolvendo um jogo que não deu certo. "Em janeiro começamos um projeto novo que veio a se tornar o Project Tilt e no mês de junho deste ano oficializamos o nome da empresa como BitCake Studio”, explicou Lamhut.
Eduardo Lamhut também falou sobre a equipe de criação de Tilt: ”Hoje em dia estamos com seis integrantes, sendo três programadores – Matheus Lessa, Jefferson Bandeira e Vinicius Pacha -, uma artista/designer chamada Camilla Slotfeldt, um modelador 3D chamado Daniel Andrade e eu cuidando da animação 3D”. O game deve continuar em produção mesmo após o lançamento de uma versão no Facebook. A empresa decidiu investir em um jogo gratuito no Facebook por vários motivos: "Além de a rede permitir a divulgação de nosso jogo para mais de 250 milhões de pessoas, ele está no PC, o que é ideal, já que os controles não funcionam muito bem em mobiles”, explica Eduardo Lamhut.
Mesmo com as vantagens de divulgação da rede social, o game passou por algumas dificuldades. “A equipe foi a parte mais difícil de lidar de todo o processo, mas enfrentamos vários outros problemas, não só em termos de desenvolvimento. Uma dica que eu dou para quem está começando: Não façam jogo multiplayer online”, comentou o designer.
Apesar de ter concluído seu projeto, Eduardo Lamhut é menos otimista sobre a atual situação dos jogos nacionais. “O mercado no Brasil é muito difícil, sem muitos meios para desenvolver jogos, mas com um dos maiores públicos consumidores do mundo." Segundo o designer, existe a percepção de que jogos brasileiros são ruins em geral e é preciso um trabalho árduo para mudar esse quadro, que só pode ser vencido com esforço em equipe.
Mesmo assim, Lamhut aponta bons canais de comunicação entre os desenvolvedores na Internet. “Existem diversos grupos de email exclusivos, além dos grupos de Facebook, como o Boteco Gamer, e eventos como a SBGames. Essas iniciativas trazem trocas de conhecimento e informação para os diversos estúdios brasileiros”, completou o criador de games.
As inspirações para o Project Tilt Project Tilt parece com Worms Armageddon no gameplay, porque basta que o jogador mova seu robô, aponte sua arma e percorra os cenários para aproveitar o game. No entanto, Eduardo Lamhut indica outras influências no mesmo jogo. “Tilt envolve a ideia de uma mistura entre Quake com Mario Kart, com um sentimento de velocidade no jogo. Grande parte da diversão está em atrapalhar seus amigos, de quase ganhar e naquele último segundo seu amigo soltar um casco azul”, explicou Lamhut.
Os robôs do game lembram personagens de Little Big Planet, o Sackboy, mas a maior influência foi a cabeçuda máquina Gir, de Invasor Zim. “Nosso robôzinho tem uma personalidade e aparência baseadas nesse personagem maluco, que é um dos meus favoritos. Foi um processo extremamente complexo de testes até a gente chegar nesse resultado final”, disse Eduardo Lamhut.
Por que o jogo se chama Tilt?
“Chama-se Tilt porque não pensamos no nome final do jogo (risos). Outra razão é o fato de os robôs estarem em um laboratório de testes se enfrentando com armamentos malucos, e o objetivo final do jogador é dar Tilt no robô inimigo”, diz Eduardo Lamhut.
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